terça-feira, 7 de junho de 2011

Geléia Real: de alimento exclusivo da abelha rainha para o consumo humano como um composto com propriedades funcionais - Dra. Tatiana Fiche Salles Teixeira e Dr. Gabriel de Carvalho


Alimentos Funcionais e Fitoterapia - Edição 43 

Os produtos apícolas têm sido utilizados pelo homem desde a Antiguidade, como complemento alimentar e para manter a saúde, e com base na literatura não científica e depoimentos pessoais, alguns efeitos são atribuídos à ingestão da geléia real, como eliminação do cansaço físico e mental, normalização do apetite, ativação das funções cerebrais, fortalecimento da energia vital, melhoria da visão, aumento da resistência frente a infecções virais e rejuvenescimento da pele. 

A geléia real possui aspecto leitoso, branco-amarelado, ácida com odor e sabor pungente e sua composição varia de acordo com o estado metabólico e fisiológico das abelhas, idade da larva, da linhagem da abelha e de condições regionais e sazonais. 

Não há evidências científicas de que o consumo de geléia real por humanos resulte em qualquer tipo de melhora da saúde. 

Entretanto, alguns estudos em modelo animal ou in vitro têm mostrado efeitos benéficos, como: ação no Sistema Nervoso Central (SNC), por facilitar o processo de neurogenese in vivo; atividade cicatrizante; ação no metabolismo lipídico; ação na pressão arterial; além disso, o consumo da geléia está relacionado com a fertilidade, atividade estrogênica, atividade antibacteriana e imunomoduladora. 

Em contrapartida, para alguns indivíduos seu consumo pode levar a efeitos adversos, como a anafilaxia, portanto, é interessante a investigação de sensibilidades a alergias alimentares antes da prescrição da geléia real. 

Estudos com humanos são necessários para elucidar as doses a serem utilizadas em várias condições clínicas.