Cientistas testemunham a neurogênese
Notícias
28 de novembro de 2008
Pesquisadores utilizam novo método para detectar células nervosas embrionárias no cérebro humano
por Nikhil Swaminathan
AMANDA SIERRA SAAVEDRA
O quadrado destaca o local onde novos neurônios são observados com espectroscopia NMR. A técnica permite que pesquisadores analisem o comportamento de neurônios jovens em distúrbios neurológicos.
Pela primeira vez, pesquisadores encontraram uma forma de visualizar células-tronco em cérebros de animais vivos, incluindo os seres humanos. A descoberta, que permitirá aos cientistas acompanharem o processo da neurogênese ─ formação de novos neurônios ─ é anunciada meses após a confirmação de que essas células são geradas tanto em cérebros adultos quanto em cérebros em desenvolvimento.
“Eu estava procurando um método que permitisse o estudo dessas células ao longo da vida”, afirma Mirjana Maletic-Savatic, professora-assistente de neurologia da Stony Brook University, em Nova York, e especialista em problemas neurológicos, como a paralisia cerebral a que bebês prematuros e de baixo peso estão sujeitos. Segundo a cientista, essa nova técnica permite acompanhar esses pacientes de risco por meio de um monitoramento do comportamento e da quantidade das chamadas células progenitoras em seus cérebros.
O ingrediente mais importante nesse processo é uma substância própria de células imaturas, que não ocorre em neurônios maduros ou em células gliais, cuja função é dar sustentação aos neurônios. Maletic-Savatic e sua equipe colheram amostras de cada um dos três tipos de células do cérebro de ratos (células-tronco retiradas de embriões e outras de adultos) e as cultivaram separadamente em laboratório. Assim foi possível determinar a composição química de cada tipo de célula ─ e isolar o composto que só ocorre em células embrionárias ─ com o auxílio da espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (NMR em inglês). A técnica NMR é muita útil na determinação da estrutura molecular, e baseia-se na medição das propriedades magnéticas de suas partículas subatômicas. Embora a ressonância magnética tenha identificado o biomarcador, não permitiu determinar sua composição. Maletic-Savatic acredita que possa ser uma mistura de ácidos graxos em um lipídio (gordura) ou proteína de lipídio.
Após identificar o marcador, a equipe realizou dois testes com o objetivo de determinar a sensibilidade e a precisão do método: primeiro foram injetadas algumas células-tronco no córtex cerebral de um rato ─ o córtex cerebral é a camada externa do cérebro onde normalmente não ocorre a neurogênese. Após a injeção, houve o estímulo do cérebro com uma corrente elétrica. Correntes elétricas induzem a neurogênese no hipocampo, uma estrutura localizada no lobo temporal, e um dos locais onde se acredita novos neurônios são formados. Neurônios também podem ser gerados em outro local, a zona subventricular.
1 Comentários:
Muito sábia e procedente essas pesquizas.
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